Pernas pro ar.

Cá estou eu, jovem errante, seguindo por caminhos cercados de tulipas vermelhas de plástico. Levo na bagagem um coração forrado de selos de antigos amores, mas ainda assim levo um coração. Aprendizados obsoletos que de nada servirão quando eu precisar salvar a vida de alguém. Espero o príncipe que faleceu no ventre de sua bela mãe, mas sei que o cavalo já chegou. Sozinha sigo e esqueço qual o caminho mais fácil para lugar algum. Vagando e lembrando da época em que ser puro e bom valia a pena, e já me esqueço desse tempo. Levo sempre filtro solar, conselho de um sábio moderno, no semblante um sorriso falso daqueles que colorem capas de revistas da elite do meu país. Parte da qual jamais participarei. E nessa constante reta que percorro, descubro sabores que não me agradam, beijos que não me embriagam e amores que não me compram nem mais uma dose de Martini para acabar bem a noite. Falo e debato sobre assuntos piegas e reflito sobre conclusões que assim como meus caminhos só me fazem me perder da rota mais fácil para o resultado final. Tempo para tomar um expresso enquanto fumo um cigarro, antes da tal festa de sexta feira à noite. Escuto a melhor banda de todos os tempos da semana passada, que não participará semana que vem da votação naquele canal criado para vender sonho e imagem, juntamente com música. Arrumo-me, não amo, e espero ser assim ate o próximo romance. E sem açúcar, por favor, afinal a diabete e uma doença que hoje ataca seis em cada dez jovens. Tudo bagunçado, se atropelando sem sentido. Minha doce vida contemporânea.